A análise de mais quatro espécies de Synbranchus identificadas como S. madeirae (2n=46), S. cf. lampreia (2n=44), Synbranchus sp.1 e Synbranchus sp.2 (2n=42), coletadas em simpatria e sintopia no lago Catalão, Iranduba, no estado do Amazonas, revelou variabilidade cariotípica interespecífica, sendo verificados três números diploides e quatro fórmulas cromossômicas. Números diploides semelhantes aos encontrados no Amazonas foram visualizados em diferentes populações identificadas de S. marmoratus (Tabela 1). Porém, quando comparamos os dados do presente trabalho com os disponíveis na literatura, é possível verificar que nenhuma fórmula cromossômica foi idêntica, ressaltando a presença de rearranjos cromossômicos não-robertsonianos na evolução cromossômica do grupo. Ainda, apesar de não haver consenso com relação ao número diploide considerado basal para o gênero Synbranchus, a evolução cromossômica das espécies deste grupo também englobou rearranjos robertsonianos que possibilitaram o aparecimento das composições
cariotípicas atuais, os quais favoreceram mudanças no número diploide. Segundo Sumner (2003), a alteração mais comumente envolvida na evolução cromossômica é o rearranjo robertsoniano do tipo fusão, mecanismo responsável pela redução do número diploide e aumento no número de cromossomos com dois braços. No presente trabalho as duas espécies que apresentaram menor número cromossômico (Synbranchus sp.1 e Synbranchus sp.2, ambas com 2n=42 cromossomos) também evidenciaram mais cromossomos do tipo meta submetacêntricos quando comparado à S. cf. lampreia e S. madeirae, corroborando a possível ocorrência de fusões cromossômicas.